1. O texto a seguir mostra o tratamento dispensado às crianças recém-nascidas na Grécia Antiga.
Leia-o e responda as questões propostas:
Sem dúvida, um dos aspectos mais importantes no nascimento de uma criança era a decisão paterna de cria-la ou não. (...) existia uma preocupação enorme em criar apenas crianças fortes e bem conformadas que fossem capazes de, uma vez crescidas, cumprir seus deveres para com o Estado. (...) depois de nascida uma criança, o pai decidia se iria cria-la ou não. Só após essa decisão é que procedia à realização do rituais (...).
(...) Se um pai decidia que não iria criar uma criança, quando esta nascia era colocada em um pote de argila e abandonada no campo, para morrer de fome, frio ou devorada pelos animais. Em Esparta, era jogada em um precipício, onde se depositava o lixo (...).
(...) Havia uma preferência pelo nascimento de meninos, que, mesmo quando pequenos, parecem ter sido mais bem alimentados que as meninas. Mas não há elementos que comprovem que as meninas fossem simplesmente rejeitadas. Ao contrário, a grande mortalidade de mulheres durante o parto fazia com que houvesse menor quantidade de mulheres do que de homens na sociedade, e isso tornava as meninas bem-vindas.
FIORENZANO, Maria Beatriz Borba. Nascer, viver e morrer na Grécia Antiga. São Paulo: Atual, 1996. p. 18-19.
A. Por que existia a preocupação em criar crianças fortes?
B. O que acontecia quando um pai decidia não criar uma criança?
C. Havia preferência pelo nascimento de meninos?
2. ”Os pais não eram livres para educar seus filhos de forma que queriam. Quando nascia, a criança era levada a um lugar onde se reuniam os mais velhos de cada tribo. Ali era examinada e, se fosse saudável, ordenavam que fosse criada; se possuísse compleição frágil, era atirada do Monte Talgeto. Acreditavam que, estando destinada desde o nascimento a não possuir força nem saúde, não seria vantajoso nem para ela nem para o Estado deixa-la viver.”
(Plutarco, Vidas Paralelas)
O texto descreve a situação existente em qual cidade da Grécia Antiga?
3. Para a historiadora francesa J. Romillys, a Guerra do Peloponeso foi o “suicídio profundo da Grécia das Cidades.”
A. O que foi a Guerra do Peloponeso?
B. Por que a autora afirma que a guerra foi o “suicídio” das cidades-Estado gregas?
4. Na Grécia Antiga, a cada quatro anos declarava-se uma trégua nas guerras, a fim de que a população pudesse participar dos jogos de Olímpia, competição que originou os modernos Jogos Olímpicos, e que eram realizados em honra de?
5. As agitações políticas vivenciadas pelos atenienses no século VI a.C. colocaram em evidência certos legisladores e tiranos. Indique duas contribuições de Sólon para atenuar os conflitos.
6. ”O escravo torna possível o jogo social, não porque garanta a totalidade do trabalho material (isso jamais será verdade), mas porque seu estatuto de anti-cidadão, de estrangeiro absoluto, permite que os estatuto de cidadão se desenvolva; porque o comércio de escravos e o comércio simplesmente, a economia monetária, permitem que um número bem excepcional de atenienses sejam cidadãos.”
(PIERRE VIDAL-NAQUET, Trabalho e escravidão na Grécia Antiga)
Esse desenvolvimento paralelo da escravidão e da cidadania obrigou os atenienses a realizarem sucessivas reformas políticas. Qual o papel de Clístenes nesse processo?
7. ”Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas.
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeitos nem qualidades
Não têm sonhos, só presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas”
(Chico Buarque de Holanda e Augusto Boal)
A letra da música “Mulheres de Atenas” esboça o papel da mulher na sociedade ateniense. Que papel é esse e no que se diferencia do exercido pela mulher espartana?
8. ”Usamos a riqueza mais como uma oportunidade para agir que como motivo de vanglória; entre nós não há vergonha na pobreza, mas maior vergonha é não fazer o possível para evita-la... olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas dos seus próprios interesses, mas como um inútil... decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou pelo menos nos esforçamos para compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate que é empecilho à ação e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de se chegar a hora da ação.”
Esta é uma passagem de um discurso de Péricles, reproduzida por Tucídides.
Explique por que o século V a.C. (chamado de século de Péricles)foi considerado o período de maior esplendor de Atenas.
9. Qual a importância das Guerras Médicas para a conquista da hegemonia de Atenas na Grécia Antiga?
10. Sócrates, Platão e Aristóteles formam o período áureo da filosofia grega. A Grécia Antiga nos deixou uma imensa herança cultural. Quais os princípios defendidos por cada um desses pensadores gregos?
Resposta: Sócrates surge como divisor de pensamento filosófico grego. A partir de seus estudos, as questões da natureza e do princípio das coisas mudam para o indivíduo, o homem da pólis - para ele, mais importantes eram as questões referentes à ética e à existência humana. Sócrates desenvolveu a maiêutica, método de perguntas e respostas para a busca da verdade. Usa o diálogo como método para levar as pessoas a reconhecer a própria ignorância - "só sei que nada sei". Mas é com Platão e Aristóteles que a filosofia clássica atinge seu auge. Para Platão, discípulo de Sócrates, as ideias são o próprio objeto do conhecimento intelectual. Ao desenvolver sua Teoria das ideias ou das Formas, afirma que as ideias (formas) não materiais (abstratas) possuem o mais alto e fundamental tipo de realidade, e não o mundo material, mutável, conhecido pelos homens por meio das sensações. o que não se vê é mais real do que o visível, já que é captado pelos "olhos da alma" e não pelos "olhos do corpo". Dessa forma criou o conceito da filosofia metafísica. Já Aristóteles, criador da lógica e da ética filosófica, defendeu a supremacia do real sobre as ideias, contrariando seu mestre, Platão. Seus estudos tinham por princípio a experimentação, única forma eficiente de comprovar fenômenos da natureza. Defendeu que a inteligência humana é a única forma de alcançar a verdade. Escreveu sobre vários assuntos: política, lógica, moral, ética, escravidão, teologia, metafísica, química, biologia, antropologia, poética, retórica, física, didática... Apesar de suas afirmações científicas terem sido desmentidas ao longo dos séculos, seus estudos filosóficos influenciaram todo o pensamento ocidental posterior.
Tancredo