As propostas do republicanismo só tomaram forma e se organizaram mais sistematicamente quando o jornal A República, na edição de 3 de dezembro de 1870, publicou o Manifesto Republicano.
O documento propunha basicamente que o país se transformasse em uma República federativa para se adequar à realidade dos demais países do continente e garantir uma relativa autonomia das províncias em relação ao governo central. Isso interessava particularmente aos cafeicultores de São Paulo, pois assim eles poderiam garantir a liberdade de um relacionamento direto com o mercado externo. Propunha ainda a laicidade do ensino, a separação entre o Estado e a Igreja e a renovação do Senado.
O Manifesto Republicano foi idealizado pelos chamados evolucionistas, liderados principalmente por Quintino Bocaiúva. Esse grupo tinha uma concepção muito particular de República. Queriam o fim da Monarquia, mas sem violência e, se possível, com a ajuda do próprio imperador. Não desejavam o terceiro reinado, mas achavam que o sucessor republicano de Dom Pedro poderia até ser um membro de família real, desde que fosse aprovado pela nação. Dessa forma, fica claro por que esse grupo era, com propriedade, chamado de evolucionista.
Outro grupo de republicanos, que se opunha às propostas dos evolucionistas, era o dos revolucionários. Liderados por Silva Jardim, acreditavam que somente a ação revolucionária era capaz de derrubar o Império. Esse grupo estava ligado a setores urbanos de profissionais liberais e intelectuais.
No ano de 1873, fazendeiros de café reuniram-se na cidade de Itu, em São Paulo, e criaram o Partido Republicano Paulista, a principal base política do estado. As críticas desse grupo ao Império eram sempre moderadas.
Mas as ideias republicanas não eram privilégio de políticos. Os oficiais do Exército também discutiam o republicanismo, principalmente depois do conflito no Prata, isto é, da Guerra do Paraguai.
#SAIBA MAIS
- Laicidade: Qualidade do que é laico ou leigo, ou seja, do que é separado e independente da influência da Igreja, como deve ser o exercício do poder político e da administração pública e do ensino.