A partir do Segundo Congresso da Filadélfia, a insubordinação das treze colônias ganhou contornos de guerra de independência, com George Washington sendo chamado a comandar o exército continental norte-americano, criado nesse mesmo Congresso. Nos primeiros anos de conflito, os ingleses tomaram algumas das principais cidades americanas, com resultados desfavoráveis às colônias. Essas derrotas aconteceram por estar o exército americano mal preparado e por existirem colonos partidários de uma solução política negociada com a Inglaterra, o que os enfraquecia frente ao poderio inglês.
Entretanto, após a vitória americana de Saratoga (outubro de 1777), as colônias aproveitaram a rivalidade estabelecida entre França e Inglaterra e acabaram por obter o apoio, decisivo nesse momento, da França para sua causa. A partir daí a situação passou a modificar-se favoravelmente às colônias. Foi fundamental a ajuda francesa, garantindo armas, munição e crédito. A Espanha, aliada da França naquele momento, acabou por aliar-se também às ex-colônias inglesas, o que as fortalecia no combate contra a Inglaterra.
Todo o apoio recebido pelos norte-americanos não estava propriamente ligado à defesa dos princípios que nortearam a independência das treze colônias inglesas na América, mas ao combate indireto ao poderio econômico inglês naquele momento. A Inglaterra, desde a Revolução Industrial, havia desenvolvido com grande habilidade uma política econômica que acabou por garantir a hegemonia entre as nações europeias.
A guerra de independência estendeu-se até 1781, quando se deu a rendição das tropas inglesas, em Yorktown, ao general George Washington. Em 1783, finalmente, mediante tratado, era declarada a paz e reconhecida pela Inglaterra a independência dos Estados Unidos da América do Norte - EUA. Essa expressão, que surgira no Segundo Congresso da Filadélfia, tornou-se o nome oficial pelo qual a nova nação passou a identificar-se. O país tinha seus limites determinados pelo oceano Atlântico, a leste, pelos Grandes Lagos, ao norte, e pelo Mississipi, a oeste.
A organização da vida independente dos EUA foi estabelecida na Constituição votada em 1787. Adotou-se um regime republicano e presidencialista que assegurava a autonomia dos Estados através do federalismo, ou seja, determinava a existência de um poder central, porém assegurava aos Estados o poder de manter seus próprios governos e de elaborar Constituição e leis próprias, desde que não contrariassem a Constituição federal.
George Washington, primeiro presidente eleito dos Estados Unidos da América do Norte, teve pela frente o governo de uma jovem nação que já apresentava problemas à espera de soluções.
Ao romperem os laços coloniais, os EUA exerceram influência e impulsionaram as lutas de libertação contra o domínio metropolitano na América Espanhola e Portuguesa. Ao mesmo tempo, a independência dos Estados Unidos contribuiu significativamente para abalar o absolutismo e o mercantilismo europeus, que nessa época já prejudicavam o desenvolvimento do capitalismo industrial na Europa.
Foi relevante a influência da independência dos EUA na Revolução Francesa, bem como o fato de o novo país ter sido pioneiro na adoção do regime republicano e democrático. Isso teve repercussões em todo o mundo, fazendo intensificar a divulgação das ideias de liberdade e autonomia política e econômica dos países.
Nada causou maior admiração do que a maneira pela qual se estabeleceram na América os governos livres: foi a primeira ocasião (...) em que um povo livre deliberou sobre uma forma de governo e escolheu dentre os seus concidadãos aqueles em que tinha confiança para estatuir e efetivar esse governo. (Declaração de James Madison, quarto presidente dos EUA).