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Êxodo do campo para a cidade. Roma imperial.

O êxodo rural, os latifúndios, o problema da moradia, o trânsito congestionado, o ar poluído e o alto custo de vida já estavam presentes em Roma. É o que mostra o texto que vem a seguir.

 

#ÊXODO DO CAMPO PARA A CIDADE
Morar na imensa cidade de Roma; com todas as inconveniências que isto podia acarretar; era a meta mais alta dos ambiciosos, a última esperança dos empobrecidos. Para um homem decidido, a cidade oferecia oportunidades deslumbrantes; aos miseráveis, o magro pão da distribuição pública.
Entre os bandos dos libertos indigentes, os mais patéticos eram os dos antigos lavradores. Estes agricultores independentes haviam sido a coluna mestra da antiga República. Desde o segundo século a.C., porém, acumulavam-se seus infortúnios; os mantimentos importados podiam ser vendidos a baixo preço e impossibilitavam a competição. A solução seria a cultura da terra em grande escala, mas somente os ricos a possuíam em grandes extensões e a grande propriedade agravava ainda o problema do pequeno lavrador.
Queixava-se Plínio, o Antigo, que o “grande latifúndio arruinara a Itália”. Ao pequeno proprietário deslocado restava, pois, ou alugar seu braço ao grande proprietário, ou abandonar a terra. Muitos escolhiam a última alternativa e rumavam para Roma, onde eram escarnecidos por causa de sua rusticitas, ou simplicidade camponesa, e iam aumentar o número de desempregados.
No tempo de Augusto vivia em Roma quase um milhão de pessoas, em sua maioria aglomeradas em cômodos abafados e malcheirosos. Era tal o mau cheiro, que Plínio sugeriu disfarça-lo queimando pão. O povo queixava-se da falta de habitações, dos aluguéis altos, do trânsito congestionado, do ar poluído, do crime nas ruas, e do alto custo da vida.
O desemprego era o problema perene e mais se agravava à medida que as famílias camponesas, marginalizadas pela transformação dos métodos agrícolas, invadiam as cidades. Para conservar alguma aparência de ordem, o governo criou um funcionalismo público que empregava uma multidão de agentes – incluindo coletores de impostos, polícia, bombeiros, fiscais de construção e saúde pública. Para os residentes da fervilhante capital imperial a vida diária apresentava grande parte dos problemas complexos – bem como toda a excitação – que se encontram numa metrópole moderna.

(Roma imperial. Biblioteca de História Universal Life. Rio de Janeiro, José Olympio, p. 146 e 147).

 

#SAIBA MAIS:
- Êxodo – Emigração de um povo. Saída em massa.
- Escarnecer – Zombar, ridicularizar, troçar.
- Fervilhante – agitada.

Tancredo Professor . 2024
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