A civilização grega, na qual foram estabelecidas as bases da política e da cultura ocidentais, começou a se formar em torno de 2000 a.C., na península Balcânica, e entrou em declínio no século II a.C., quando o território foi ocupado pelos romanos. A história da Grécia antiga é dividida em cinco períodos: pré-homérico, homérico, arcaico, clássico e helenístico.
#PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO (MICÊNICO) – (1650 – 1150 a.C.): Os mais antigos resquícios da ocupação humana ao sul da península Balcânica datam de 2000 a.C. A região foi ocupada, sucessivamente, pelos aqueus, jônios e eólios. Até o séc. XII a.C. floresceu na região uma civilização semelhante às do Oriente, cujo centro era Micenas, situada na ilha de Creta. A chegada dos dórios, povo guerreiro vindo do norte, destruiu a civilização micênica e deu início à primeira diáspora grega.
#PERÍODO HOMÉRICO (1150 – 800 a.C.): recebe esta denominação porque as principais fontes que temos desse período são os poemas épicos Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero. A Ilíada conta episódios da Guerra de Troia (Troia, em grego Ilion). A Odisseia conta as aventuras de Ulisses (em grego, Odisseu), rei lendário de Ítaca. Nessa época, a sociedade se organizava em comunidades familiares (genos) liderados por um “pater”, que reinava sobre a família, dependentes, escravos e bens. No início do séc. VIII a.C., essas comunidades familiares passarem por processo de fusão, originando a pólis (cidade).
#PERÍODO ARCAICO (800 – 500 a.C.): O que demarca o começo do período arcaico é o surgimento da pólis; colonização grega de outras regiões, com a fundação de cidades como Bizâncio, Marselha, Siracusa e Nápoles; também conhecido como segunda diáspora grega; realização dos primeiros Jogos Olímpicos; introdução do alfabeto fenício adaptado pelos gregos; difusão da escrita fora do círculo dos escribas profissionais. Entre as principais cidades gregas que surgiram na Grécia continental no início do período arcaico destacam-se Atenas e Esparta.
ATENAS: Do ponto de vista econômico, a principal atividade era a agricultura. Devido à escassez de terras férteis na região, a população logo passou a se dedicar também ao comércio marítimo e à pesca. Sociedade – eupátridas (famílias mais tradicionais e proprietários das terras mais férteis), georgóis (pequenos proprietários), thetas (homens livres pobres), demiurgos (comerciantes); metecos (estrangeiros residentes na cidade que exerciam várias atividades, como artesãos, professores, artistas e comerciantes); e escravos (que predominaram no período clássico). Em relação à política, a principal característica da cidade-Estado grega é que ela se autogovernava. A desigualdade social marcou a história de Atenas, com constantes revoltas e instabilidade política. Para tentar resolver as sucessivas crises, alguns legisladores impuseram reformas. Drácon, em 621 a.C.,, redigiu as leis – até então orais - , dificultando sua manipulação pelos eupátridas. A rigidez do código inspirou o adjetivo draconiano. Sólon, em 594 a.C., aboliu a escravidão por dívidas, libertou os devedores da prisão e determinou a devolução de terras confiscadas pelos credores eupátridas. Em 507 a.C., Atenas foi varrida por uma revolta popular liderada pelo aristocrata Clístenes. Conhecido como “pai da democracia”, ele dividiu a cidade em dez tribos, fortaleceu a Eclésia, aumentou o número de membros da Bulé e criou o ostracismo, que era a suspensão dos direitos políticos e o exílio de cidadãos que ameaçassem a democracia. Com essas mudanças, todos os cidadãos de Atenas podiam participar diretamente do governo. Esse tipo de sistema ficou conhecido como democracia (governo do povo). Na democracia ateniense eram considerados cidadãos apenas uma pequena parcela da população masculina adulta. Não tinham direitos políticos e, portanto, excluíam-se da vida democrática; os estrangeiros residentes em Atenas (metecos), os escravos, as mulheres e os jovens menores de 21 anos.
ESPARTA: Localizada no Peloponeso e fundada pelos dórios no século IX a.C., Esparta chamava atenção pelo caráter militar de sua sociedade. Sua estrutura social era estratificada (sem mobilidade) e o regime oligárquico. Sociedade – Esparciatas (espartanos), descendentes dos dórios, eram os únicos a possuir direitos políticos e monopolizavam o poder; os periecos habitavam a periferia e dedicavam-se ao comércio e ao artesanato; os hilotas, escravos de propriedade do Estado, cultivavam as terras dos espartanos. Quem detinha o poder de fato na cidade era o Conselho de Éforos, formado por cinco magistrados eleitos anualmente. Os demais órgãos administrativos eram a diarquia, composta de dois reis hereditários que exerciam funções executivas e militares; a gerúsia, constituída de 28 membros vitalícios que apresentavam projetos de leis; e a ápela, ou assembleia popular, formada por todos os espartanos com mais de 30 anos, com funções consultivas.
#PERÍODO CLÁSSICO (500 – 338 a.C.): A Grécia antiga atingiu o apogeu. Atenas desenvolveu-se e expandiu-se pelo mar Egeu. Sua política hegemônica, no entanto, esbarrou em outra potência: a Pérsia. A luta pela supremacia marítima e comercial entre gregos e persas (ou medos), conhecida como Guerras Médicas, teve como estopim o levante das cidades gregas da Ásia Menor em 499 a.C. contra a política expansionista do imperador Dario, da Pérsia.
Nesse primeiro confronto, os gregos conseguiram vencer a expedição de 50 mil persas enviada à planicie de Maratona. Mas os inimigos não desistiram e, em 486 a.C., voltaram a atacar as pólis, que se uniram para vencê-los novamente nas batalhas de Salamina e Plateia.
Para fazer frente a ameaça persa, várias cidades se reuniram e lideradas por Atenas, formaram a Confederação de Delos. Responsável pela administração financeira da confederação, Atenas usou os recursos em benefício próprio, impulsionando sua indústria e seu comércio. Logo se tornou a cidade mais poderosa da Grécia, com elevado desenvolvimento cultural e econômico. O século V (chamando de século de Péricles), marcado por grandes realizações, eram os “anos de ouro” de Atenas. Todo esse sucesso acirrou a rivalidade entre as cidades e fez com que Esparta liderasse a Liga do Peloponeso, que empreendeu, em 431 a.C., uma guerra contra a Confederação de Delos, a Guerra do Peloponeso. Com a vitória espartana e a devastação de muitas cidades, começou o último período da história da Grécia antiga.
#PERÍODO HELENÍSTICO (338 – 146 a.C.): crise da pólis grega; invasão e domínio da Grécia pelos macedônios; expansão militar e cultural macedônica. As constantes lutas arrasaram as cidades e desorganizaram o mundo grego. Empobrecidas e fracas, as pólis foram presas fáceis para grandioso Exército de Felipe II, rei da Macedônia. Em 338 a.C. teve fim a autonomia das pólis gregas.O filho e sucessor de Felipe, Alexandre, o Grande, foi ainda mais longe: conquistou o Império Persa e dominou vastos territórios, do Egito até a Índia. Com ele, houve grande aceleração do comércio, da urbanização e da mesclagem de valores gregos com dos povos conquistados. Essa mistura deu origem à cultura helenística. No século II a.C., a Grécia e a Macedônia foram convertidas em províncias da nova potência mundial: a civilização romana.