QUEM É QUEM NA CULTURA GREGA
A Grécia antiga nos deixou uma imensa herança cultural. Veja quem são alguns dos principais protagonistas desse legado.
Sócrates: Filósofo. Desenvolveu a maiêutica, método de perguntas e respostas para a busca da verdade.
Platão: Discípulo de Sócrates, afirmou que as ideias são o próprio objeto do conhecimento intelectual.
Aristóteles: Criador da lógica, defendeu a existência do real independentemente das ideias, contrariando seu mestre, Platão.
Pitágoras: Filósofo e matemático. Criou o teorema que leva seu nome.
Hipócrates: Considerado o pai da medicina.
Euclides: Matemático. É tido como o fundador da geometria.
Homero: Poeta, a quem se atribui Ilíada e Odisseia.
Sófocles: Dramaturgo. Autor das tragédias Édipo Rei e Antígona.
UM MOMENTO DE TRÉGUA: AS OLIMPÍADAS
Na Grécia Antiga, a cada quatro anos realizavam-se os Jogos Olímpicos – eventos que incluíam cerimônias religiosas e jogos esportivos em homenagem a Zeus. A importância dos jogos era tão grande, que durante sua realização as polis em guerra declaravam trégua, os inimigos misturavam-se e competiam lado a lado. A trégua foi quebrada apenas uma vez, por Esparta, que, como punição, foi excluída dos Jogos de 420 a.C.
O evento era realizado em Olímpia (daí o nome Jogos Olímpicos), na parte oeste do Peloponeso, num santuário especialmente construído para esse fim. Os Jogos eram abertos a todos aqueles considerados cidadãos – sendo, portanto, vedados às mulheres e aos escravos, por exemplo. Os atletas competiam com o corpo nu.
As primeiras Olimpíadas realizaram-se em 776 a.C. com apenas uma modalidade – a corrida de 200 metros, chamada Stadion. De um encontro de um dia, os Jogos passaram, com o tempo, a abranger dez eventos em mais de cinco dias. À corrida foram somados a luta, o boxe, as corridas de cavalos, o arremesso de disco e de dardo, um tipo de salto em distância, o pentatlo (salto, corrida, dardo, disco e luta) e o pankration, violenta combinação de luta e boxe quase sem nenhuma regra. Os Jogos terminavam com uma corrida a pé, na qual os competidores vestiam suas armaduras completas.
Foram proibidos em 393 d.C., quase 1.200 anos depois de seu início, quando um decreto do governo romano coibiu qualquer adoração de ídolos em santuários.
Ressurgiram só agora, nos dias atuais, em 1896, em Atenas, com a participação de atletas de 13 países competindo em 43 eventos, divididos em nove tipos de esporte. Pela primeira vez foi incluída a maratona, uma corrida em comemoração à vitória dos atenienses sobre os persas, quando o mensageiro Phidippides correu desde as planícies de Maraton até Atenas levando a boa nova.
PAPEL DA MULHER NA GRÉCIA ANTIGA
A democracia ateniense era privilégio dos cidadãos, ou seja, cerca de 50 mil homens. Às mulheres, mesmo atenienses, era vedada qualquer participação política. O papel da mulher na sociedade ateniense tem sido objeto de debates entre os estudiosos da Antiguidade Clássica. As conclusões são quase sempre divergentes. Um corrente sugere que a mulher ateniense era totalmente submissa ao domínio masculino. Embora isso não possa ser comprovado historicamente, essa hipótese tem sido aceita.
Com certeza as mulheres atenienses, tinham um papel importante na sociedade, pois era pela linha feminina que se determinava a cidadania (os nascidos de mães atenienses eram considerados cidadãos).
A sociedade espartana era militarista. Os espartanos eram os mais disciplinados guerreiros gregos. A educação era toda voltada para o preparo militar. As crianças eram entregues ao Estado para serem educadas de forma extremamente rigorosa. Nesse tipo de sociedade as mulheres tinham uma importante participação. A cultura espartana, mais ligada às raízes tribais, reservava à mulher uma posição de destaque, já que ela gerava os fortes guerreiros que deveriam defender Esparta. Ao que parece, as mulheres espartanas eram consideradas iguais aos homens, e por isso participavam de quase todas as atividades consideradas, em outras regiões, funções masculinas.
Esparta manteve-se como uma sociedade agrária e aristocrática, enquanto Atenas teve uma formação muito mais urbanizada. Essas duas cidades eram rivais e disputavam a hegemonia do mundo grego.
ESCRAVIDÃO NA GRÉCIA ANTIGA
Na Grécia Antiga, a escravidão desenvolveu-se sobremaneira nas cidades-Estado mercantis (...).
Foi nas cidades “comerciais” – e principalmente em Atenas – que o escravismo grego alcançou verdadeiro apogeu. Fora as atividades políticas, privilégio dos cidadãos, quase não houve ofício ou ocupação em que não encontrássemos escravos (...)
O escravo urbano ocupava-se nas tarefas de produção domésticas (...). Mesmo as famílias mais pobres esforçavam-se em ter, pelo menos, um escravo.
O cativo constituía importante fonte de renda senhorial. Era hábito a compra de escravos para aluga-los a particulares e ao estado. As grandes obras e as minas eram mercado seguro para esta aplicação. Era igualmente comum conceder uma ampla liberdade de iniciativa e movimento aos escravos sob a obrigação da entrega de uma renda periódica prefixada. (...)
Um escravo urbano podia ser explorado diretamente pelo senhor. A indústria artesanal ateniense, por exemplo, assentava-se solidamente sobre o trabalho escravizado. Nos estaleiros, nas padarias, nas curtições, nas olarias, nas oficinas de móveis, de armas, etc., podíamos encontrar escravos desempenhando-se como artífices ou como trabalhadores braçais. Ao seu lado, labutavam igualmente homens livres assalariados. Não raro, o senhor não só administrava a empresa como intervinha diretamente na produção. O mais humilde artífice lutava para adquirir um cativo para auxiliá-lo.
MAESTRI FILHO, Mário José. O escravismo antigo.
São Paulo: Atual, 1986. P. 23-27.