Os Árabes e o Islamismo
Prof. Matheus Pinheiro Teutschbein
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Arábia: extensa península banhada pelo Mar Vermelho, a oeste; Golfo Pérsico, a leste; e Mar Arábico, ao sul;
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Clima: quente e seco;
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Relevo: planícies áridas ou desertos enormes pontilhados de oásis, pequenas áreas cobertas de vegetação em razão da existência de água.
a) A Península Arábica:
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Até o século VII: povos árabes dispersos por essa península, cada qual com seus líderes e seu modo de vida;
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Presença dos beduínos: grupos nômades que criavam camelos, carneiros e cabras (animais capazes de sobreviver no clima quente e seco do deserto);
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Oásis: presença de agricultores que cultivavam plantas (palmeira e tamareira) e cereais (trigo);
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Vilas e cidades: artesãos e comerciantes;
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Meca:
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No início do século VII era o principal centro religioso da Arábia;
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Árabes iam até a cidade para orar, pedir e agradecer (preces feitas ao redor da Caaba – templo religioso em forma de um cubo que abrigava imagens de vários deuses, pois na época os árabes eram politeístas);
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Dentro da Caaba estava a Pedra Negra (era branca mas foi escurecendo por causa do pecado humano);
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Templo controlado por ricos comerciantes;
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Cidade em que nasceu Maomé, criador do Islamismo.
b) Maomé, o profeta do Islã:
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Nasceu por volta de 570 em uma família da tribo coraixita;
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Era menino ainda quando ficou órfão e foi morar com o avô no deserto;
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Aos 15 anos voltou para a cidade de Meca e começou a trabalhar como condutor de caravanas, viajando para lugares distantes como a Síria e a Palestina;
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Entrou em contato com o Cristianismo e o Judaísmo;
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Aos 25 anos: casou-se com a viúva Cadija;
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Interessou-se pela vida religiosa, passando a fazer retiros espirituais nas montanhas da região;
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Em um desses retiros recebeu do anjo Gabriel uma revelação e começou a pregar que Deus (Alá) é um só e que aqueles que o aceitarem podiam confiar na sua misericórdia;
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Reuniu à sua volta um grupo de seguidores (muçulmanos);
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Desagradou os comerciantes que lucravam com a multidão de peregrinos que iam a Meca adorar os deuses de seu templo → perseguido → mudou-se para Yatreb (Medina, “a cidade do profeta”) → Hégira (622) → ano I do calendário muçulmano;
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630: Maomé e seus seguidores conquistaram Meca pela força das armas (destruíram as estátuas dos deuses locais conservando a Caaba e a Pedra Negra) → nascimento do Islã (“submissão total a Deus”);
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Meca: capital da religião muçulmana;
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Medina: capital política e residência do profeta;
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Expansão: dinheiro vinha das doações e dos impostos cobrados dos que se convertiam;
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632: morte de Maomé: heranças:
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União das populações árabes da cidade e do deserto em torno do Islamismo;
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Criação do Estado árabe.
c) Corão: o livro sagrado dos muçulmanos
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Maomé não deixou nada escrito;
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Alguns de seus seguidores anotavam o que ele dizia em suas pregações;
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Após a morte de Maomé, Abu Bakr, seu sucessor imediato, ordenou que se reunissem todas as anotações que estavam espalhadas por diferentes lugares;
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20 anos após a morte de Maomé: versão final do Corão – 114 suras (capítulos) e mais de 6200 versículos;
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Corão foi traduzido para línguas de todo o mundo.
d) A sucessão de Maomé:
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Violentas disputas entre seus sucessores (califas);
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Os 4 primeiros califas foram eleitos entre os parentes de Maomé;
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661: Ali (quarto califa e genro de Maomé) foi assassinado;
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Divisão dos muçulmanos quanto à sucessão:
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Xiitas: só os parentes de Maomé podem liderar os muçulmanos e esse líder (político e religioso) possui uma proteção divina contra o erro e o pecado;
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Sunitas: não acham necessário ser membro da família de Maomé para sucedê-lo; maior grupo islâmico.
e) O Islamismo:
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Religião criada por Maomé;
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Crença em um único Deus (monoteísmo);
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Religião simples → um dos motivos para sua rápida expansão;
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5 pilares:
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Crer em um só Deus (Alá) e seguir os ensinamentos de Maomé, seu mensageiro;
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Orar cinco vezes ao dia com o rosto voltado para Meca;
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Dar aos necessitados uma ajuda proporcional aos bens que possui;
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Jejuar durante 30 dias do Ramadã (mês do jejum): não deve ingerir nem alimento nem água, do nascer ao pôr do sol;
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Ir a Meca pelo menos uma vez na vida, caso tenha recursos financeiro para isso.
f) A expansão islâmica:
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Morte de Maomé: primeiros califas partiram para a conquista de terras e homens para o Islamismo → justificativa → jihad (“esforço em favor de Alá”) – guerra santa contra os infiéis (pessoas de outras religiões);
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Interesses:
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Árabes muçulmanos acreditavam que aquele que morresse lutando pela expansão do Islamismo ganharia o paraíso;
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Expansão do comércio.
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Morte de Ali: poder passa para as mãos dos omíadas (importante família de Meca);
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Omíadas: conquista de grandes porções de terra de leste a oeste;
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711: conquista da Península Ibérica;
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732: impedidos pelos francos de conquistarem terras para além da Península Ibérica (Batalha de Poitiers);
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632-732: império islâmico ia da fronteira da China, a leste, até o nordeste de Portugal.
g) O comércio árabe:
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Formação e expansão do Império Islâmico: comércio árabe cresceu de modo extraordinário;
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Intermediários entre o Ocidente e o Oriente: transportavam e vendiam artigos de luxo – tapetes, sedas, armas, móveis, joias e especiarias do Oriente (pimenta, cravo, canela, mostarda) – muito cobiçados na Europa;
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Caravanas levavam artigos da Índia e da China até os portos do Mediterrâneo, onde eram distribuídos para diversas partes da Europa;
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Artesãos:
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Damasco (Síria): tecidos estampados;
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Marrocos (norte da África): produção de couro;
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Bagdá (Iraque): vidros, joias, sedas.
h) A cultura islâmica:
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Civilização árabe medieval: urbana e comercial;
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Comércio: árabes promoveram a circulação de ideias e conhecimentos;
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Introduziram na Europa: bússola, papel, pólvora (invenção dos chineses);
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Produziram conhecimento no campo da Medicina – contágio por meio da água, da comida e das roupas e identificaram as causas de várias doenças contagiosas (varíola e sarampo) -, da Matemática e da Química.
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