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A Revolta de Beckman (Maranhão - 1684)

A Revolta de Beckman (Maranhão - 1684)


O Maranhão, em 1684, foi abalado por essa revolta, que, na verdade, tinha raízes antigas: o confronto entre jesuítas e colonos, em torno da questão indígena. Os primeiros não admitiam a escravização dos indígenas, enquanto os colonos alegavam a necessidade daquela mão de obra para a agricultura.
Em 1682 foi criada a Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, que teria o monopólio de todo o comércio daquela região. Em troca, a Companhia se comprometia a levar 10 mil negros para lá, no prazo de 20 anos, ou seja, em torno de 500 por ano.
A atuação da Companhia, no entanto, foi desastrada. Além de não enviar os 500 negros anualmente, praticava preços abusivos e vendia produtos deteriorados. Os colonos tentavam, então, escravizar os indígenas, mas esbarravam na oposição dos jesuítas.
Em 1684, a insatisfação explodiu. Os irmãos Manuel e Tomás Beckman, aliados a Jorge Sampaio, dirigiram o movimento. O capitão-mor Baltasar Fernandes foi preso, os armazéns da Companhia foram atacados e o colégio dos jesuítas foi invadido. Todos os padres encontrados foram expulsos. Determinaram a extinção da Companhia de Comércio. Tomás Beckman foi enviado a Portugal para explicar o movimento às autoridades e pedir apoio, mas foi preso.
Gomes Freire de Andrade foi nomeado governador, dirigindo-se, com tropas, para o Maranhão. A revolta foi sufocada. Manuel Beckman e Jorge Sampaio foram presos e enforcados, a Companhia de Comércio foi restaurada e o colégio dos jesuítas restituído aos padres. Após a revolta debelada, Gomes Freire de Andrade sugeriu ao governo português eliminar o monopólio usufruído pela Companhia, o que foi efetivamente aprovado, acalmando os ânimos dos colonos.

Tancredo Professor . 2024
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