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O Capitalismo se expande

O texto abaixo fala da conquista e da exploração da África pelos europeus, no decorrer do século XIX.


O BRANCO TROCOU A BÍBLIA PELA TERRA.

A penetração e a conquista da África Ocidental e Equatorial lembra a conquista da América. O maior obstáculo foi o geográfico: climas inóspitos, selvas impenetráveis. O segundo, a organização das sociedades africanas, muitas das quais viviam do comércio de escravos.
Até 1830, só havia algumas feitorias europeias na costa do Senegal, Gâmbia e Serra Leoa, mais alguns portos comerciais ingleses e holandeses na Costa do Ouro.
O conhecimento do interior se devia, em grande parte, aos missionários e aos expedicionários como Brazza, Stanley, Gallieni, Levingstone, que, após grandes dificuldades, conseguiram alguns acordos com os reis negros. Conta-se que Savorgnan de Brazza andou perdido 4.000 km antes de chegar ao Congo. Gallieni vai do Senegal a Níger por ordem do rei Amadu e ali para por dez meses, abatido pela disenteria que o deixa prostrado.
  O interesse dos europeus pela África Ocidental nasceu pela produção e exportação do azeite vegetal que servia para a fabricação de sabão e para usos industriais. O amendoim era produzido em abundância em Gâmbia e no Senegal, e o azeite-de-palma na Costa do Ouro e no delta do Níger.
O desenvolvimento crescente do comércio desses produtos estimulou o desenvolvimento das marinhas mercantes europeias. A primeira linha regular de vapores foi estabelecida pelos ingleses em 1852. Daí para a  frente, outras linhas escandinavas, holandesas e francesas passaram a percorrer o trajeto.
A penetração pelos rios até o interior colocou os comerciantes europeus em contato direto com os produtos, eliminando-se os intermediários africanos.
A transformação desta região em colônias europeias ocorreu paulatinamente por meio de controles oficiosos, protetorados, áreas de influência. Os britânicos ocuparam Lagos, na Nigéria, em 1861. Dez anos depois já ocupavam boa parte da Costa do Ouro. Os franceses, da mesma forma, foram ocupando todas as áreas vizinhas do Senegal, Costa do Marfim, Níger médio.
Nessa divisão e luta por colônias na África, só dois países permaneceram livres: a Libéria, na costa ocidental, cuja independência em relação aos Estados Unidos era problemática, e a Etiópia (Abissinia), que conseguiu evitar a conquista italiana.

(BRUIT, H.H. O imperialismo. São Paulo, Atual/Unicamp, 1996, p.26-9)

 

#SAIBA MAIS

- Inóspito: que não é apto para hospedar; em que não se pode viver.

Tancredo Professor . 2024
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