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A Guerra dos Mascates (Pernambuco - 1710)

 

A Guerra dos Mascates (Pernambuco - 1710)
 

A guerra dos Mascates foi o conflito entre os habitantes de duas cidades: Recife Olinda. Os grandes senhores de engenho habitavam a cidade mais antiga, Olinda, enquanto em Recife, que era uma freguesia (menor divisão administrativa, correspondente à paróquia) olindense, o grupo socialmente mais poderoso era o dos comerciantes, boa parte dos quais portugueses, apelidados de “mascates”.
Quando da invasão holandesa foi em Recife que os invasores se sediaram. Na época de Nassau, Recife recebeu melhoramentos urbanos e tornou-se mais expressiva do que Olinda.
No entanto, a situação de freguesia incomodava os comerciantes, que solicitaram à Coroa portuguesa a elevação de Recife à condição de vila, pois assim poderiam ter uma câmara municipal. Enquanto isso, por causa da crise do açúcar no mercado internacional, a situação econômica dos senhores de engenho declinava e eles se endividavam continuamente.
No mês de novembro de 1709, Recife foi elevada à condição de vila. O capitão-mor Castro e Caldas mandou erguer o pelourinho, símbolo da nova condição de vila, o que irritou sobremaneira os senhores de engenho olindenses. Mais irritados ficaram com a falta de acordo relativo à demarcação de limites entre as duas vilas.
O capitão-mor Castro e Caldas foi ferido e, em represália, ordenou a prisão de vários olindenses. Na sequência, os senhores de engenho se armaram, invadiram Recife e destruíram o pelourinho. O bispo de Olinda, D. Manuel Álvares da Costa, foi designado capitão-mor e, para assumir o cargo, teve de prometer que não executaria as dívidas contraídas pelos senhores de engenho.
Os recifenses tentaram, pela força das armas, recuperar a situação anterior, e novos combates se travaram entre as tropas das duas vilas. Somente em 1711, com a chegada de Félix José Machado de Mendonça, nomeado pelo rei para ser o novo capitão-mor, é que a situação se acalmou. Ele ordenou a punição de vários implicados nas revoltas, restaurou o pelourinho de Recife e, para manter a ordem, alternava sua residência entre as duas vilas.

Tancredo Professor . 2024
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