Em 1848, uma nova onda revolucionária sacudiu a Europa, depois das revoluções liberais de 1830. Opondo-se às monarquias absolutistas, seus participantes defendiam regimes mais democráticos e liberdade econômica. Alguns grupos mais radicais desejavam a igualdade política, com o sufrágio universal e a República, além da distribuição igualitária de terras e riquezas.
Luís Filipe, na França, aliou-se à alta burguesia, mais conservadora, diante das reivindicações democráticas populares. No entanto, quando em 1848 o povo tomou as ruas de Paris e enfrentou o exército, o rei foi forçado a abdicar, instaurando-se a República. Porém, o governo republicano não trouxe as mudanças esperadas, e os operários de Paris iniciaram uma série de revoltas que foram reprimidas de forma brutal, resultando na morte de 1500 rebeldes e na prisão e deportação de outros tantos. No mesmo ano, as eleições presidenciais colocaram Luís Napoleão Bonaparte no poder. Em 1851, um golpe de estado tornou-o imperador da França com o título de Napoleão III.
Essas revoluções liberais e, em certos casos, nacionalistas ficaram conhecidas como Primavera dos Povos. Conduzidas pela burguesia liberal, algumas delas contaram com grande participação de trabalhadores, que lutavam pela igualdade social e política. Embora tenham provocado mudanças em alguns países, foram derrotadas em sua maioria:
. na Itália e na Alemanha, lutou-se pela unificação política;
. na Dinamarca, pela instalação de um Parlamento e por uma monarquia constitucional;
. os húngaros e o Reino Lombardo insurgiram-se contra o domínio austríaco;
. os romenos e os sérvios lutaram contra o domínio da Hungria;
. a Polônia levantou-se contra a Rússia, a Prússia e a Áustria.
A burguesia, a partir de então, optou pela via reformista para alcançar seus objetivos, controlando os trabalhadores e as possíveis revoltas armadas. Dois grupos sociais passaram, desde então, a se opor, o que se estenderia ao longo dos séculos XIX e XX: a burguesia e o proletariado.