A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) costuma ser frequentemente apontada como o confronto entre as forças do totalitarismo e da democracia.
Os regimes chamados totalitários, apesar das peculiaridades que os diferenciam entre si, apresentam algumas características básicas em comum. Essas características são:
. Uma doutrina oficial, que promete a construção de uma sociedade perfeita, exalta o Estado como um valor superior a qualquer outro, inclusive ao da pessoa humana, alimenta o sentimento nacionalista e, ao mesmo tempo, combate abertamente os princípios democráticos.
. Um partido oficial, que é o único admitido legalmente, confundindo o aparelho partidário, muitas vezes, com os próprios órgãos do Estado.
. Um aparelho de repressão eficiente, em geral formado por corporações policiais (civis e militares) bem treinadas, como forma de preservar o regime de qualquer contestação.
. Uma propaganda oficial intensa, facilitada pelo controle total exercido pelo regime sobre os meios de comunicação, através da censura.
Assim, o nazismo, o fascismo, o franquismo e o salazarismo podem ser classificados como regimes totalitários. Também o regime comunista implantado na URSS a partir da época de Stálin enquadra-se nas características do totalitarismo, acima mencionados. No entanto, o comunismo soviético pretende passar por autêntica democracia, uma vez que se apresenta como real expressão do povo (ou melhor, do proletariado) no poder. Na verdade, do ponto de vista político, o regime é uma ditadura típica. Quando se considera sua base sócioeconômica, porém, pode-se dizer que se trata de um totalitarismo de esquerda, pois é exercido a partir da implantação revolucionária de um modo de produção socialista.
O nazismo e o fascismo são totalitarismos de direita, exercidos como reação contra mudanças sociais profundas, propostas pelos movimentos de esquerda, como ocorreu na Alemanha e na Itália. Nesses dois países, o totalitarismo esteve comprometido com a conservação das estruturas sócioeconômicas capitalistas - das quais lhes adveio, obviamente, a sustentação financeira indispensável a seu êxito no cenário político.