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A Conjuração Baiana 1798

A rebelião dos pobres. Foi em Salvador que a rebeldia popular explodiu na Conjuração Baiana.

 

Quase dez anos depois dos acontecimentos de Minas Gerais, nascia um novo movimento revolucionário, na Bahia. Era diferente da Conjuração Mineira por um motivo bastante simples: em Minas o movimento foi organizado principalmente por intelectuais, ricos proprietários, gente de elevada posição social. Conjuração Baiana , também conhecida como Revolta dos Alfaiates, além de homens ricos e cultos, contou com a participação de pessoas das camadas sociais mais humildes, incluindo alfaiates, soldados e escravos que, inconformados com a fome e a miséria, promoviam saques frequentes a depósitos e carregamentos de alimentos.

Os objetivos desse movimento estavam mais voltados às aspirações do povo, pois reivindicava reformas contra as injustiças sociais e raciais da época.

Alguns homens ricos e cultos que participavam da Conjuração recuaram quando perceberam seu alcance verdadeiramente popular.

O projeto dos revolucionários baianos continha uma série de medidas importantes, tais como:

. Romper com a dominação portuguesa e proclamar uma República democrática;

. Abolir a escravidão do negro;

. Aumentar a remuneração dos soldados;

. Abrir os portos brasileiros aos navios de todas as nações;

. Melhorar as condições gerais de vida do povo.

Como se vê, os revolucionários desejavam não somente romper com a dominação colonial portuguesa, mas também modificar a ordem social interna do Brasil, que se baseava no trabalho escravo.

Inspirados pelas ideias de liberdade, igualdade e fraternidade,  que corriam pela França, os revolucionários redigiam diversos panfletos. Espalhados pelas portas das igrejas, nos muros das cidades e em diversos outros lugares públicos, os folhetos faziam propaganda do movimento e chamavam o povo a participar. Um deles dizia o seguinte: Animai-vos, povo baiense, que está para chegar o tempo feliz da nossa liberdade, o tempo em que seremos irmãos, o tempo em que todos seremos iguais.

Preocupado com as repercussões que o movimento baiano adquiria, o governador da Bahia, D. Fernando José de Portugal e Castro, procurou descobrir os autores daqueles panfletos. Não faltaram informantes que denunciassem as atividades dos conspiradores.

Mais de trinta participantes do movimento foram presos e processados. Ao final, duras penas foram aplicadas aos rebeldes de origem humilde. O alfaiate João de Deus do Nascimento, o aprendiz de alfaiate Manuel Faustino dos Santos, que tinha apenas 17 anos, e os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas foram enforcados e esquartejados, em 8 de novembro de 1799. Outros implicados receberam penas menores.

Principalmente em relação aos mais humildes, a repressão do governo colonial era extremamente impiedosa e cruel. Pensava-se que o uso de métodos de extrema violência conseguiria manter para sempre a exploração do sistema colonial.

 

Tancredo Professor . 2024
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