O período JK foi chamado de anos dourados, pela atmosfera de modernidade que produziu, expressa no desenvolvimento industrial, na urbanização, na arquitetura da nova capital, na presença cada vez maior de eletrodomésticos e automóveis.
Culturalmente, o país recebeu a influência de novos valores, que se chocavam com o pensamento e a cultura tradicionais. Era a modernidade, traduzida na música pelo rock'n'roll e pela bossa nova (combinação do samba tradicional com o jazz); no vestuário (jeans e jaqueta de couro); no rádio, pelas narrações de jogos de futebol, programas musicais e radionovelas.
A literatura passou por inovações. Um grupo de escritores paulistas, Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criou o movimento concretista. A poesia concreta aproximou a literatura das artes plásticas, explorando não apenas o sentido, mas a forma e a disposição das palavras. Nesse período, Guimarães Rosa, autor de Grande sertão: veredas, consagrou-se como um dos maiores escritores brasileiros.
Ivan Serpa, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Waldemar Cordeiro e Geraldo de Barros destacaram-se como os principais nomes do concretismo nas artes plásticas. Ainda nesse período ocorreu a construção do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp) e lançou-se a I Bienal Internacional de São Paulo.
A fundação do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo, influenciou a dramaturgia em todo o país. No cinema, o período foi marcado por produções da Companhia Vera Cruz (O cangaceiro, de Lima Barreto, foi premiado em Cannes) e, sobretudo, pelo Cinema Novo, com Rio, 40 graus, de Nelson Pereira dos Santos, Assalto ao trem pagador, de Roberto Farias, e outros.
A arquitetura moderna brasileira tornou-se referência mundial, com destaque para Oscar Niemeyer, que projetou os edifícios públicos de Brasília e da lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte.