Após a dissolução da União Soviética, em dezembro de 1991, a Rússia, a principal república soviética, perdeu poder econômico e militar e deixou de ser ator decisivo na geopolítica global. O planeta assistiu, então, ao surgimento de uma nova ordem mundial, marcada pela supremacia de uma única superpotência - os Estados Unidos (EUA) - e pela consolidação do capitalismo como sistema econômico dominante.
ECONOMIAS INTEGRADAS
Como única potência hegemônica, os EUA se empenharam em disseminar seu modelo político e econômico, contribuindo para a expansão da globalização da economia e do neoliberalismo.
GLOBALIZAÇÃO
É a crescente interdependência entre mercados, governos e movimentos sociais que caracteriza o atual período da vida econômica mundial. Sua origem está na expansão marítimo-comercial, a partir do século XV, que criou uma rede intercontinental de comércio, mas o termo é aplicado especificamente para definir a situação da economia global a partir dos anos 1990, quando a revolução tecnológica nas telecomunicações - sobretudo o advento da internet - potencializou a troca de informações entre as nações e a circulação do capital. A redução de barreiras comerciais, a assinatura de acordos de comércio e o crescente poder das multinacionais, com ramificações em dezenas de nações, também moldam a globalização.
SUPREMACIA MILITAR
Sem outra potência para equilibrar as forças, os EUA se impuseram militarmente. Em julho de 1990, quando o declínio da URSS se acentuava, um conflito no Oriente Médio abriu caminho para a hegemonia dos EUA. O Iraque invadiu o Kuweit, numa disputa por petróleo e território, e os EUA lideraram uma coalização de 28 países contra as forças iraquianas, na Guerra do Golfo, iniciada em janeiro de 1991. Se durante a Guerra Fria a URSS e os EUA estavam em lados opostos nos conflitos mundiais, na Guerra do Golfo os antigos rivais se uniram contra o Iraque. O planeta deixava de ser bipolar.
O intervencionismo militar, político e econômico dos EUA no Oriente Médio criou o primeiro grande inimigo do país no mundo pós-Guerra Fria: as organizações terroristas islâmicas, responsáveis pelos ataques de 11 de setembro de 2001. Nesse dia, extremistas muçulmanos sequestraram quatro aviões comerciais nos EUA e realizaram o maior atentado terrorista da história, destruindo as torres do Word Trade Center, em Nova York, e uma das alas do Pentágono (área administrativa do Departamento de Defesa), em Washington. O ataque foi atribuído ao saudita Osama bin Laden, líder da organização terrorista Al Qaeda.
Após o atentado, o presidente norte-americano George W. Bush passou a qualificar o terrorismo como o principal inimigo do país. Em 2002, incluiu Iraque, Irã e Coreia do Norte no grupo que chamou de "eixo do mal" - nações que estariam abrigando terroristas. Depois, formulou a doutrina da guerra preventiva, segundo a qual os EUA poderiam usar a força contra qualquer país que pudesse ameaçar sua segurança. A aplicação dessa doutrina ficou evidente na invasão do Iraque, em 2003, quando a operação que depôs o presidente Saddam Hussein foi lançada sem o apoio da ONU. Bush encerrou o mandato em 2009, deixando a seu sucessor, Barack Obama, a difícil tarefa de administrar as campanhas militares no Afeganistão e no Iraque. Em dezembro de 2011, termina oficialmente a Guerra do Iraque, com 119 mil mortos. Em dezembro de 2014 é a vez de os EUA encerrarem a campanha militar no Afeganistão, que vitimou pelo menos 35 mil afeganes.
CHINA: UM NOVO RIVAL
Com crescimento cerca de 10% ao ano desde a década de 1980, a china entrou no século XXI despontando como um país capaz de ameaçar a hegemonia norte-americana nas próximas décadas. Em 2010, o país tornou-se a segunda potência econômica do planeta, superando o Japão. A China também superou em 2013 os EUA como a nação com maior volume de comércio mundial.
Desde o início das reformas na década de 1970, a China combina uma economia de mercado com uma ditadura de partido único. O governo mantém a repressão às oposições, violando sistematicamente os direitos humanos. No campo geopolítico, a tentativa da China em consolidar sua hegemonia regional abre duas frentes expansionistas: o país reivindica a soberania no Mar do Sul da China - em disputa com Vietnã, Filipinas, Malásia e Taiwan - e das ilhas Diaoyu/Senkaku, cuja posse também é exigida pelo Japão.
#SAIBA MAIS
- Apesar do cessar-fogo determinado em 1953, a Coreia do Sul e a Coreia do Norte não assinaram um tratado de paz. Portanto, as duas nações permanecem tecnicamente em guerra. Os dois países possuem exércitos numerosos: os norte-coreanos contam com um efetivo de mais de 1 milhão de militares, enquanto os sul-coreanos mantêm cerca de 520 mil soldados.
Após 1953, a história das Coreias teve avanços e retrocessos. Nos anos 1990, a crise alimentar na Coreia do Norte tornou-a dependente da ajuda humanitária do Sul, o que estimulou uma reaproximação. Em 2002, a Coreia do Norte inaugurou uma zona industrial em Kaeosong, que abriga hoje 123 empresas sul-coreanas que empregam mão de obra norte-coreana.
No entanto, o avanço do programa nuclear da Coreia do Norte volta a provocar animosidade entre os dois países. Desde 2006, os norte-coreanos já realizaram três testes com bombas atômicas, elevando a tensão na península coreana.
Recentemente a Coreia do Norte anunciou teste com a bomba de hidrogênio (03/09/2017). O país afirma que artefato pode ser instalado em míssil intercontinental. A comunidade internacional condenou o teste.