A religiosidade era um traço fundamental da sociedade egípcia. Desde o mais humilde camponês até o poderoso faraó, todos acreditavam na existência de uma vida após a morte. Por isso, vários faraós empenharam-se na construção de seus imensos túmulos, as pirâmides. Para o faraó, mandar erguer uma pirâmide era uma forma de garantir sua "casa da eternidade", local onde esperavam continuar desfrutando dos prazeres terrenos.
Os egípcios eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. Entre os mais conhecidos estavam: Osíris, deus da vida após a morte; Ísis, irmã e esposa de Osíris; e Hórus, o filho deles. Seus deuses eram representados com forma humana, como Osíris, com forma animal ou com forma humana e animal, como Hórus (corpo de homem e cabeça de falcão). Entre os muitos deuses egípcios estava também Amon-Rá, considerado criador do universo. Enquanto Amon-Rá era o mais temido e mais cultuado oficialmente, Osíris era o mais popular dos deuses egípcios.
Além de crer na vida após a morte, os egípcios acreditavam que toda pessoa, ao morrer, era julgada no Tribunal de Osíris.
Em caso de absolvição, a alma podia reocupar o corpo ao qual pertencera. Mas, para isso, diziam os egípcios, era necessário que o corpo estivesse em condições de recebê-la. Isso explica por que os egípcios desenvolveram técnicas de mumificação.
A múmia era colocada num sarcófago; este era posto em uma urna funerária e conduzido até o túmulo. Lá, costumavam-se deixar vários objetos como joias, armas e alimentos que, posteriormente, segundo acreditavam os egípcios, teriam grande utilidade para o morto.
A riqueza e a variedade dos objetos dependiam das condições de cada um. No túmulo do faraó Tutancâmon, por exemplo, havia um aposento repleto de objetos de luxo, muitos deles feitos de ouro: cadeiras, carros, armas, barcos, armários, poltronas, bastões, colares, estátuas, aparelhos de mesa, objetos pessoais. Sua mobília era composta de mais de 5 mil objetos.
A tumba de Tutancâmon e o tesouro nela contido foram encontrados intactos, em novembro de 1922, pelo arqueólogo inglês Howard Carter. Ele nos conta que o dia mais emocionante foi quando, ao abrir a porta da câmara mortuária, avistou três sarcófagos representando Tutancâmon, um dentro do outro, mostrando o belo rosto do faraó; o mais interior era de ouro puro. Neste último, estava a múmia do faraó coberta com uma máscara de ouro e lápis-lazúli.
#SAIBA MAIS
- Lápis-lazúli: Trata-se de um mineral de cor azul-marinho usado para fazer ornamentos.
- Mumificação: Tratamento feito para evitar a decomposição do cadáver, transformando-o em múmia.
- Urna funerária: Caixão de defunto.