Após a morte de Getúlio Vargas, em 1954, o vice-presidente Café Filho assumiu a presidencia do Brasil. Durante seu governo, as divergências políticas entre conservadores e progressistas se acentuaram, provocando acirradas disputas partidárias.
Em 1955, foram realizadas novas eleições presidenciais, em que venceram Juscelino Kubitschek de Oliveira para presidente e João Goulart para vice-presidente, candidatos pela coligação PSD-PTB.
Candidato | Partido | Origem | Votos | Proporção |
Juscelino Kubitschek | PSD | MG | 3.077.411 | 35,68% |
Juarez Távora | UDN | CE | 2.610.462 | 30,27% |
Ademar de Barros | PSP | SP | 2.222.725 | 25,77% |
Plínio Salgado | PRP | SP | 714.379 | 8,28% |
Total válidos | 8.624.977 |
Inconformados com a derrota, os udenistas tentaram dar um golpe para impedir a posse de Juscelino e João Goulart, argumentando que os vencedores recebiam apoio do comunismo internacional e não tinham a maioria absoluta dos votos.
Comandados pelo general Henrique Teixeira Lott, militares reagiram à tentativa de golpe dos partidários da UDN e garantiram a posse dos eleitos.
O governo Juscelino tinha o objetivo de fazer o Brasil crescer 50 anos em cinco, como era dito na época. Para isso, sua administração elaborou o Plano de Metas, que privilegiava obras de infraestrutura e estimulava a industrialização. Entre as principais realizações do governo Juscelino destacam-se:
. a construção de usinas hidrelétricas como Furnas e Três Marias;
. a abertura de 20 mil quilômetros de rodovias, entre elas a Belém-Brasília;
. a implantação da indústria automobilística, que chegou a produzir mais de 300 mil veículos por ano;
. o crescimento da produção de petróleo em mais de 150%, como consequência do desenvolvimento rodoviário.
Além dessas obras, o governo Juscelino empenhou-se na construção de Brasília, para ser a nova capital do país. O plano urbanístico da cidade foi concebido por Lúcio Costa e os projetos de arquitetura foram feitos por Oscar Niemeyer.
Depois de três anos de obras, Brasília foi inaugurada, em 21 de abril de 1960. Milhares de candangos esforçaram-se noite e dia para concluir a obra ainda durante o mandato de Juscelino.
Tantas obras só foram possíveis graças a empréstimos e investimentos estrangeiros e ao aumento da produtividade dos trabalhadores brasileiros. O governo internacionalizou a economia, aumentou a dívida externa e manteve os salários em níveis baixos. Além disso, permitiu que grandes empresas multinacionais instalassem filiais no Brasil e controlassem setores industriais importantes, como os de eletrodomésticos, automóveis, tratores, dutos químicos e farmacêuticos. Por isso, os nacionalistas diziam que a política econômica de Juscelino tinha a vantagem de ser modernizadora, o defeito de ser desnacionalizadora. Os gastos com as obras públicas contribuíram para aumentar os índices de inflação, prejudicando os assalariados, que reivindicavam reajustes.
As indústrias concentravam-se em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Milhões de brasileiros, a maioria vindos do Nordeste, continuaram migrando do campo para as cidades maiores do Sudeste em busca de emprego na indústria ou no setor de serviços. Em 1960, cerca de 45% dos quase 71 milhões de habitantes do Brasil vivia em centros urbanos. No entanto, quando os migrantes chegavam às cidades encontravam dificuldades.
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