Apesar de ser uma sociedade controlada pelos homens, em algumas situações as mulheres assumiam um papel de destaque no Egito Antigo. Isso é especialmente válido quando se observa a questão da sucessão de alguns faraós.
As mulheres da realeza no Egito Antigo exerciam papéis de importância, como mães, esposas e filhas dos faraós. Algumas esposas desfrutavam de uma posição de força dentro da sociedade egípcia.
Ao faraó era permitido ter várias esposas, mas a mais importante tinha o título de "nobre esposa" e seus filhos eram os únicos herdeiros.
Como regentes em nome de um filho ou irmão ou como rainhas, algumas mulheres assumiram o comando da sociedade egípcia. Mesmo que isso ocorresse de maneira ocasional, essa é uma característica particular do Egito, raramente encontrada em outras sociedades da Antiguidade.
Ao final da XIIª dinastia, Sebekneferu tornou-se a primeira mulher a utlizar todos os títulos de faraó. Sucedeu o faraó Amenemhat IV, seu irmão, que morreu sem deixar herdeiros e governou por três anos.
Hatshepsut foi esposa, rainha regente e governou o Egito como um faraó. Filha de Tutmósis I, terceiro faraó da XVIIIª dinastia, foi casada com seu meio-irmão, Tutmósis II. Com a morte de seu marido, proclamou-se faraó. Para simbolizar sua nova posição, Hatshepsut tomou o título de Hórus fêmea e usava a coroa dupla, símbolo de poder sobre o Baixo e Alto Egito.
Seu reinado destacou-se pelas expedições comerciais. O registro de suas expedições está gravado nas paredes de seu templo, ainda existente na atual localidade Deir El-Bahri, no Egito.
Além de Hatshepsut, há outros exemplos de mulheres que governaram o Egito como faraós, como Nefertiti e a famosa Cleópatra.
Nefertiti foi a principal esposa de Amenófis IV, mais conhecido como Akhenaton, décimo faraó da XVIIIª dinastia. Mais do que qualquer outra rainha, Nefertiti desempenhou um papel de importância ao lado de Akhenaton. Por ela, o faraó desafiou a tradição e fez representar sua esposa como outros reis, conduzindo carros de guerra ou abatendo os inimigos.
Cleópatra VII foi a última governante do Egito Antigo e ficou conhecida principalmente pelos relacionamentos conturbados. Governou entre 51 e 30 a.C., em um período no qual o Egito estava sob o domínio dos gregos.
Cleópatra pertenceu a uma dinastia conhecida como ptolomaica, fundada por um general chamado Ptolomeu. Nasceu em 69 a.C. e subiu ao trono aos 17 anos. Teve relacionamentos amorosos com os imperadores romanos Júlio César e Marco Antônio, e um fim trágico: suicidou-se. Depois de sua morte, o Egito passou a ser governado pelos romanos.