Centralizado politicamente e unido culturalmente, o Império Chinês foi uma das grandes potências mundiais.
O Império Chinês foi uma das civilizações mais avançadas do mundo. Os registros da mais antiga linha dinástica chinesa, a dinastia Shang, datam de 1600 a.C., mas a unidade do império consolidou-se apenas por volta do século III a.C.
O PRIMEIRO IMPERADOR
O primeiro imperador da China, Shi Huangdi, da dinastia Chin (221 a.C a 210 a.C.), foi o responsável por centralizar e fundar as bases do poderoso império. Entre suas principais realizações, destacam-se a unificação do país por meio de uma divisão administrativa do império com representantes locais da autoridade central; a padronização da escrita, de pesos e medidas e de moedas; e a construção de estradas e canais de navegação pelos rios. Além das medidas político-administrativas, outro fator que contribuiu para a coesão do império foi o confucionismo.
HIERARQUIA DIVINA
Na base do código confucionista está o respeito a uma hierarquia cósmica em que cada pessoa tem seu lugar, devendo venerar quem lhe é superior e cuidar de quem lhe é inferior. Se todos cumprirem seu papel - os filhos obedecendo aos pais, os súditos, aos imperadores -, a ordem social estará garantida. Para o imperador, o confucionismo assegurava a legitimidade de seu governo, baseado na ideia de mando divino.
VANGUARDA MUNDIAL
Durante a dinastia Han, vários comerciantes enriqueceram com a exportação de artigos chineses. O percurso desses produtos até a Europa seria conhecida mais tarde como a Rota da Seda, primeiro elo comercial entre a China e o Ocidente.
Entre as inovações nascidas na China que foram fundamentais para o desenvolvimento do Império, destaca-se o sistema de exames para selecionar os membros da burocracia do império. Esse sistema aumentou a eficiência e o controle do imperador sobre a burocracia e levou a China a uma espécie de Idade do Ouro entre os séculos X e XIII.
Além disso, os relatos de Marco Polo, entre os séculos XIII e XIV, davam conta de que os chineses haviam criado a bússola magnética, livros impressos, técnicas navais sofisticadas, explosivos e uma indústria metalúrgica cuja produção no séc. XIII só seria igualada pela Inglaterra no século XVIII.
Apesar do domínio mongol sobre a China, entre os séculos XIII e XIV, com a retomada do poder pela dinastia Ming a partir de 1363, a China parecia reunir condições, que nenhum outro império tinha, de expandir suas fronteiras e poder.
A ÚLTIMA DINASTIA
Historiadores estimam que, no início do século XV, durante o período Ming, a China era a maior potência naval do mundo, bem superior à famosa Armada espanhola. Entre 1405 e 1433, os chineses empreenderam sete expedições de longa distância, do Sudeste Asiático ao golfo Pérsico, chegando à costa oriental da África décadas antes de os portugueses se aventurarem por lá.
Entretanto, menos de um século depois dessas expedições, os chineses perderam a dianteira naval para os europeus. Uma das explicações para isso teria sido a necessidade de concentrar esforços militares nas fronteiras do norte, ainda sob ameaça de invasão pelos mongóis. Mesmo depois de a dinastia Qing, iniciada em 1644, ter revigorado o país, a China não conseguiria mais acompanhar o crescimento das potências do Ocidente. No século XIX, após várias invasões, a nação era controçada no norte pelos alemães, no centro pelos britânicos e no sudoeste pelos franceses.
Somente depois das duas guerras mundiais e de décadas de guerra civil é que a China voltaria a encontrar um eixo unificador pelas mãos do líder comunista Mao Tsé-tung, que proclamou, em 1949, a República Popular da China. A pujança econômica seria retomada com as reformas econômicas empreendidas por Deng Xiaoping, sucessor de Mao, após o fim da Revolução Cultural Chinesa.
SAIBA MAIS
- Desde 2010, quando o Produto Interno Bruto (PIB) da China ultrapassou o do Japão, a nação tornou-se a segunda maior economia do planeta, atrás apenas da dos Estados Unidos. A atual ascensão econômica do país, iniciada no fim dos anos 1970, pode ser considerada uma retomada de sua condição de potência global, que desfrutava entre os séculos XIII e XV. Tornou-se o principal centro manufatureiro e exportador do mundo, a maior detentora de reservas em dólares e mostra-se um investidor diversificado e agressivo, como no pré-sal do Brasil, nos minérios da África e nos vinhedos de Bordeaux, na França. Mesmo em desaceleração, a economia chinesa cresceu 7,4% em 2014, número muito acima da média mundial.